quinta-feira, 23 de março de 2017

Parnaíba detém know how sobre produção de carnes sem procedência

Por:Pádua Marques(*)

Com essa confusão criada sobre a produção brasileira de carnes de bois e de frangos para os mercados interno e de outros países, quando a sempre diligente Polícia Federal encontrou indícios de tudo o que não presta, está pra ser criada aqui na Parnaíba com o aval da ONU, do Greenpeace, Scotland Yard, Associação dos Vendedores de Carne com Sebo e Pelanca do Baixo Parnaíba, IBAMA, Associação dos Matadores de Bois dentro do Mato e outras entidades, uma força tarefa pra fazer uma inspeção assim tipo pente fino.
Pra descobrir, processar na justiça e punir com duas toneladas de carne de gato sem osso, filetada pra churrasco, aqueles que ainda teimam nessa prática criminosa de matar boi dentro do mato lá pros lados da lagoa da Prata e do Bebedouro e depois trazer pra venda no mercado da Caramuru. Onde se viu uma coisa dessas, desde que eu me entendo por gente tendo que todo dia ouvir reclamação de gente de dentro e de gente de fora sobre essa indecência de se vender carne em mercado sem se saber como foi processado o abate do boi ou do frango?
Essa coisa vem é de mais longe. Eu acredito que desde quando Simpilição era vivo e mandava matar lá pras bandas onde hoje é o São Judas Tadeu umas vaquinhas bem magrinhas, dessas que não dariam mais um litro de leite, e depois mandava trazer pra casa grande. De lá do Testa Branca vinha só a carne com osso. O fato e a rabada era pras criadas fazerem feijoada e a cabeça ele deixava pros meninos dançarem bumba-meu boi.
Passava semanas comendo carne seca com feijão quebra cadeira, temperado com azeite de coco e abóbora. Os ossos, depois ele mandava jogar no terreno em frente de casa, onde hoje é o Hotel Delta. Se os arqueólogos chefiados pelo Cosme fizerem algumas escavações vão achar muita caveira de boi por lá.
Mas Parnaíba tem know how sobre os procedimentos de abate e venda de carne de procedência suspeita. Eu tenho visto muita gente reclamar anos e mais anos dessa prática indecorosa e nos últimos anos o que houve foi muita promessa de que finalmente teríamos um matadouro, com instalações padronizadas, obedecendo aos rigorosos procedimentos até a carne chegar aos pontos de venda. Mas de tanto a gente ficar esperando muita gente que comprava carne nos mercados públicos acabou migrando pra os supermercados.
A gente estima por alto que hoje, neste instante, mais de 80% de quem comprava carne nos mercados públicos há uns dez anos migrou para outros pontos de venda. Não é pra menos. Quem tiver coragem que faça uma visita ao mais famoso mercado da Parnaíba, ali no cruzamento da Pinheiro Machado com a Caramuru e João Silva Filho. A poucos metros da prefeitura, bom que se diga. Mas é o maior retrato já pintado por um artista sobre como os últimos prefeitos trataram e acabaram deixando de mão essa questão de abastecimento de carnes.
Até onde eu sei o Antonio José Moraes Sousa, pai, quando era deputado federal, conseguiu colocar através de emenda parlamentar recursos pra construção de um matadouro municipal. Dois prefeitos passaram pela Itaúna e não conseguiram concluir uma obra que se arrasta por muitos e muitos anos. Ora, se tinha dinheiro, projeto, licitação pronta, o que impedia que essa obra fosse iniciada e concluída? Faltou o que, meu Deus do céu? Se doze anos não foram suficientes pra dar início e concluir as obras de um matadouro, imagine se fosse uma obra, vamos dizer assim mais complexa, de um estádio olímpico ou uma, umazinha, estação de metrô!
Agora o Mão Santa vai ter de correr atrás do tempo perdido. Pra concluir essas obras dando a elas destinação prática. Se não fizer nesses, agora menos de quatro anos, e dependendo das eleições pra governador no ano que vem, corre o risco de sair direto pra prateleira dos prefeitos que muito tiveram tempo e não fizeram lá essas coisas. De toda essa situação atual que se abate sobre o Brasil neste exato momento, bem que Parnaíba pode dar sua enorme contribuição, colocando em operação seu matadouro e não procedendo como o Simpilição.
(*)Pádua Marques é jornalista e escritor

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